Olho para a minha secretária e vejo tudo o que me completa: um caderno, uma caneta, um whisky velho de 15 anos e o meu coração, o meu objecto de estudo predilecto. Passo horas a fio a apertá-lo com as minhas próprias mãos, sentindo o sangue escorrer do meu corpo para a secretária.
Este vício a que chamo prazer proibido controla todo o meu ser, nunca estou saciada.
Desejo secretamente que ele rebente e desapareça de vez mas, para minha grande surpresa, ele sobrevive a todas as crueldades que faço.
Prego aos sete ventos que o cansaço se apoderou de mim, mas o meu coração conta outra história.
(Eu vivo, eu luto por viver.)
(Eu vivo, eu luto por viver.)
Os meus amores são o combustível da minha essência. Olho para o caderno, outrora vazio: o sangue transfigurou-se em texto, não existem mais espaços vazios para eu escrever. Olho para o tecto, esperando uma resposta que não irei receber.
Devo começar a escrever no meu próprio coração?