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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Alma irrefletida

Dizem que os olhos são o espelho da alma, mas nos meus olhos nada vejo. Serei um ser sem alma? Sinto tanto mas nada demonstro. Oh, que anomalia cruel! Não quero viver assim, desejo ser normal e andar pelas bocas do mundo mas, o que digo eu, abomino tudo o que me rodeia e só o pensamento de me envolver com o mundo me deixa doente. Prefiro enfrentar a doença do que lidar com alguém. Ver o meu corpo sucumbir é uma opção mais apetecível do que me tornar sociável. Receio sair da minha concha: se não me sinto bem comigo mesma como posso eu abrir as asas para os outros? Devoro livros mas o meu conhecimento não me ajuda nesta dúvida macabra, tanto tempo perdido e nada ganhei.
Que hei-de fazer quando nada parece ser uma solução?

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

(Des)amor

Quando me perguntam se o meu coração é de alguém, eu digo sempre que não. Minto todos os dias porque qualquer realidade fingida sem ti é (muito) melhor.
Não me quero identificar contigo, aliás, não quero que me identifiquem contigo. Tenho vergonha da fragilidade do meu coração: não existe beleza no amor; Humilhação, ciúme e desilusão, esses sentimentos não representam algo belo, apenas mostram o pior que temos para dar quando julgamos que estamos a dar o nosso melhor. Não existe nada como o nosso melhor, simplesmente existe aquilo que somos, sem floreados e enganos. A nossa inutilidade não se transforma com o amor, continuamos inúteis (só que com mais bagagem nas costas).
Desculpa-me se não quero nada contigo mas vivo num mundo em que obedecer às regras da sociedade é deixar a alma morrer e eu nunca quero deixar de escrever.

sábado, 1 de outubro de 2016

Insatisfação

Morre.
Não ouses exigir nada de mim, espírito cruel.
Os teus poderes não têm efeito nenhum em mim, a minha magia é superior à tua.
Pouco me interessa a tua luxúria ou o facto de acreditares que em mim há algo cativante que queres capturar.
Somente me interessa ver o teu coração em cima da mesa, quente, a palpitar ao ritmo da tua paixão, cada vez mais lentamente, até que finalmente cessa.
O sabor do teu sangue tem o teu gosto: asqueroso, sujo e azedo. 
Nem na morte me consegues satisfazer.