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quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Traição

Milhões de pensamentos atravessam a minha mente, tão frágil e confusa, mas não consigo perceber-me a mim mesma, quanto mais as acções que não posso controlar. Sou a culpada deste final tão bem delineado pela maldade? Olho para o céu enquanto espero por respostas que nunca vão chegar, sentindo o meu corpo cambalear até que caio no chão, derrotada, rezando para que todos os órgãos do meu corpo desistam de mim.
[Não existe nada mais belo que o desejo de desaparecer para sempre.]
A natureza ignora-me, os humanos abominam-me. Vivo um círculo vicioso de falsa felicidade enquanto os dias se arrastam, sufocando-me numa realidade que não quero abraçar. 
[Será que existe salvação?]
O meu corpo luta contra a minha mente, resiste a todas as tentativas de escapatória que tento criar. Sou um parasita dentro do meu próprio corpo, não consigo fugir.
[Quem posso culpar por todos estes sentimentos?]

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Orgulho

Sou uma pessoa orgulhosa, nunca o neguei. Todos aqueles que convivem comigo diariamente dizem que é uma parte essencial de mim e daquilo que sou. Sei que o dizem com boa intenção, pretendem elogiar-me, mas o meu orgulho é cruel, frio e o meu maior inimigo. Sou proibida de fazer certas coisas porque o meu orgulho me trava, chama-me à razão e impede-me de chegar ao ridículo. Mas o que é o ridículo, ao certo? Ser como os outros é uma vergonha assim tão grande? O meu orgulho diz que sim, o meu cérebro diz que não sei até me aventurar. 
Quero descobrir mais sobre o funcionamento daqueles que me rodeiam: será que são tão confusos como eu? Será que eu sou uma anomalia neste mundo em que tudo me parece tão deslocado e errado? Será que se algum dia serei normal?
Julgo que o meu cérebro é demasiado pequeno para todos os meus pensamentos e que mais tarde ou mais cedo, vou explodir. Por enquanto, afogo-me em dúvidas e questões que se amontoam na minha mente. 

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Tranquilidade

Olho para o interior do meu coração e, estranhamente, estou em paz. Não estou habituada a esta leveza da alma que ocupa todo o meu ser. O meu lado pessimista teima em fazer-me acreditar que isto não vai durar, que em breve volto à melancolia de outros tempos, mas eu não acredito essas palavras carregadas de ódio.
Sou uma pessoa nova, sinto-o nos meus ossos e no meu sangue. Sei que deixei para trás um peso que nunca conseguir carregar e que me deixava cair a cada passo que dava. Arrastei-me durante anos, julgando que não consegui largar aquela bagagem, mas consegui. Embarquei numa viagem com via directa para a felicidade.
(Eu sou feliz!)
Hoje escrevi coisas com as quais nunca sonhei, e sinto a adrenalina transportar-se dos meus dedos para o papel. 
Eu cheguei aqui, e não vou voltar atrás.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Cobardia

Tento ganhar coragem para dizer tudo o que me vai no peito mas, sempre que tento, a cobardia apodera-se de mim e nada faço para lutar contra ela. Talvez goste do sentimento, talvez acredite que mal saibas o que sinto tudo se desfragmente e perca o meu único trunfo: o mistério que existe nos meus olhos, que só vês graças à minha cobardia.
Perguntas-me porque sou desta maneira, não te sei responder. Ando há demasiado tempo nesta estrada para sair dela. Não quero estar só mas, estranhamente, é tão fácil habituar-me à ausência de ter alguém ao meu lado.
Não custa nada aceitar a minha companhia e perceber que a vida não vai ser melhor que isto. Quanto mais rápido perceberes isso, mais rápido o mistério dos meus olhos deixar de existir e aí, estarei só, novamente, com tudo aquilo que amo e odeio.
Para sempre.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Fumo

No espaço nada é vácuo, tudo se preenche com a mais ínfima partícula. 
Pouso o cigarro enquanto sou consumida por pensamentos superiores ao meu intelecto. Se nada é vácuo, então por certo, entre nós dois nada se abisma. 
Há qualquer laço que nos magnetiza num fluxo intermitente de espasmo e anseio. 
Questiono-me sobre esta estranha ligação, mas não tenho respostas para nenhuma das minhas perguntas. A minha mente nada me diz, mas certamente não estará vazia. 
Embrenhada no fumo do cigarro, deixo-me cair. Esta queda súbita inverteu a gravidade. A que nuvens me elevo e por que o trago em pensamento? Tomara que tudo se resumisse nos espectros coloridos do infinito a que minh'Alma assiste.
Ganho aos poucos a minha consciência, (eu) estou a enlouquecer, num universo criado pelos meus fantasmas. Tento tocar-lhes, mas só sinto o ar gélido que preenche os meus pulmões.

Texto feito em conjunto com um amador sonhador como eu. Obrigada, Filipe, por perderes o teu tempo com uma criação tão surpreendente.