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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

A Poem A Day - 24 .

Ao observar aquele lago, naquele jardim que ainda hoje visito, senti-me bem, sem motivo aparente. O sentimento de liberdade que se apoderou de mim naquele momento foi tão forte que tropecei e por pouco não caí. Era tão inocente, só tinha quatro anos e estar a uns meros passos da minha mãe fez-me sentir como as crianças mais velhas que não estavam sempre de mão dada com os pais. Mal eu sabia que a minha jornada na vida estava ainda muito prematura, sem ter sido manipulada por pessoas e pensamentos cruéis, e que em breve entraria num mundo novo e completamente diferente, com novas pessoas com diferentes maneiras de pensar da minha.
Agora que penso nisso, tantos anos depois, acho curioso lembrar-me de um momento solitário ao invés de um com alguém ao meu lado. Nunca fui uma pessoa solitária, mas sempre tive momentos de solidão em que o pânico que sentia só se acalmava quando me afastava de tudo e todos. Talvez o lago seja o ponto de tranquilidade que me transporta da infância para uma coisa mais adulta, de certa maneira. Representa o meu lado pacífico que, a qualquer toque, sofre uma alteração minúscula capaz de afectar todo o meu futuro. Ou então isto são só pensamentos absurdos que me acompanham nesta noite tão fria. 
Ao fim do dia, o meu reflexo no lago é tudo aquilo de que me consigo lembrar. (Não é assim uma memória tão boa, pois não?)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

A Poem A Day - 22 .

22 - quotidiano 

Sempre de fones nos ouvidos, vives cada dia como se nada de maravilhoso fosse acontecer e, na verdade, tens toda a razão. Acordas, fazes os teus deveres e vais dormir, sem ser surpreendida pela vida monótona que levas. Não existe nada que cause entusiasmo nesse teu coração que já pouco acredita em surpresas e em histórias mirabolantes como as que lês nos teus livros. Tens a consciência de que nada muda se tu não mudares mas também tens a consciência de que mudar para ser aceite é o primeiro passo para o abismo do ridículo. Se nunca fores aceite por aquilo que és, nunca serás tu mesma. Serás uma sósia daqueles com quem te cruzas na rua, daqueles que te observam com um olhar curioso e que por vezes tentam entrar no teu mundo. 
Hoje é só mais um dia, não é? Vamos fazer o mesmo que sempre fizemos, não vamos? Não vai acontecer nada de espectacular que te faça acreditar que a vida são dois dias e que tens de a viver como se não houvesse amanhã, pois não? 
Tu sabes a resposta, e eu também.