No espaço nada é vácuo, tudo se preenche com a mais ínfima partícula.
Pouso o cigarro enquanto sou consumida por pensamentos superiores ao meu intelecto. Se nada é vácuo, então por certo, entre nós dois nada se abisma.
Há qualquer laço que nos magnetiza num fluxo intermitente de espasmo e anseio.
Questiono-me sobre esta estranha ligação, mas não tenho respostas para nenhuma das minhas perguntas. A minha mente nada me diz, mas certamente não estará vazia.
Embrenhada no fumo do cigarro, deixo-me cair. Esta queda súbita inverteu a gravidade. A que nuvens me elevo e por que o trago em pensamento? Tomara que tudo se resumisse nos espectros coloridos do infinito a que minh'Alma assiste.
Ganho aos poucos a minha consciência, (eu) estou a enlouquecer, num universo criado pelos meus fantasmas. Tento tocar-lhes, mas só sinto o ar gélido que preenche os meus pulmões.
Texto feito em conjunto com um amador sonhador como eu. Obrigada, Filipe, por perderes o teu tempo com uma criação tão surpreendente.