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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Devaneios

Dizemos que amamos demasiado, mas nada demonstramos.

Se somos assim tão apaixonados, porquê esconder o que sentimos?

Nada se cria, nada se une, nada se espera.

Somos almas solitárias que somente procuram carinho.

O sentido literal do amor não o conhecemos.

Só queremos ser aceites, só desejamos companhia.

Ao fim do dia mais vale uma cama quente do que um coração vazio.

Os sentimentos tornam-se secundários, o aceitamento social torna-se prioridade.

Ansiamos ser bem vistos aos olhos dos outros, mesmo que eles não queiram saber.

As lágrimas correm enquanto vivemos uma vida falsa.

Despegamo-nos da nossa alma, perdemos o sentido de tudo.

Aquilo que desejámos outrora é agora uma poeira de fumo longínqua. 

sábado, 24 de outubro de 2015

Existe algo no teu olhar que é extremamente cativante. Não me refiro à cor dos teus olhos, mas sim à maneira como olhas para as pessoas. Dás a sensação de que, quando olhas alguém nos olhos, lhe consegues ver a alma.
Diz-me, é isso que tu fazes? Despedaças o interior de alguém só pelo simples facto de olhares? Isso devia ser considerado um crime. 
Estou a falar a sério, não faz sentido esconderes tanta coisa de todos aqueles que estão à tua volta para depois a tua simples presença desvendar tudo. De que me serve ocultar certas coisas afinal? Tu vais descobrir tudo mal os teus olhos pairarem nos meus porque sim, serei sempre um livro aberto para os teus olhos. Poderás consultar o prólogo e todos os capítulos que te interessem ler, nunca te irei censurar nada porque simplesmente não o consigo fazer, o meu próprio corpo impede-me de o fazer, como se fosse um aliado desta tua jornada. 
Resta-me fechar os olhos pois é a única arma que está do meu lado, esse simples gesto que consegue cessar as tuas invasões ao meu interior e à minha essência. 
(Mas ambos sabemos que és mais forte, não sabemos?) 

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Arte

Dizes saber o que é a arte, mas olhas quando devias ver, consideras bonito aquilo que devias sentir, ignoras aquilo que devias enfrentar, falas aquilo que devias escrever. Tens a certeza que sabes o que é a arte? Sabes tão bem como eu que não se trata de conhecimento mas sim de aceitação. Tens de abrir a tua alma para uma coisa que te consumirá e tornará o teu mundo melhor. 
Sorri, sabes que o queres fazer. Odeias admitir que tenho razão mas porque devemos recusar a verdade? É ela que nos abre os olhos e nos faz seguir em frente. É ela que nos faz acreditar que, eventualmente, tudo isto vai desaparecer. Porque a arte é mesmo isso, é a representação da realidade como a vemos a partir dos nossos olhos.
Tu sabes isso.
Eu sei isso.
Mas nem todo o mundo sabe. Tristes são aqueles que não têm uma paixão na vida que os faça levantar todas as manhãs porque estão demasiado ocupados a pensar no quão triste a vida é. Mas a vida não gira à volta de ninguém, gira à volta de todos. Os teus problemas são irrelevantes no mundo mas a tua paixão pode mover multidões.
Mostra aquilo que amas a alguém hoje. Sente orgulho, quer seja algo teu ou de outra pessoa. Não desperdices mais um dia a chorar por algo que não vale a pena.
Trata de ser feliz porque, como uma obra de arte, serás eterno. 

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Vozes

Pensas no passado e sentes que algo está errado, queres recordar-te das alegrias e a tristeza consome-te. Sabes que tudo aquilo que viveste foram trevas, por que procuras a luz? Ela nunca existiu, foi somente uma brincadeira da tua mente. Queres fugir da verdade e ignorar que tenho razão, eu, esta vozinha na tua cabeça que está constantemente contigo, que te faz crer que estás sempre errada e que o teu futuro será sempre esse. Mas será que eu existo mesmo? A loucura apodera-se de ti duma maneira que confundes aquilo que vês do que é real. 
O pesadelo cresce saudável, como um bebé recém nascido, aumentando e alimentando-se cada vez mais. Não tens outra opção, tens de confrontar aquilo que mais receias, aquilo que não te deixa dormir à noite: tu mesma. Quando o fizeres, tudo o resto entrará num sono profundo e (talvez) pacífico. 

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Num mundo em que te sentes sempre desenquadrada nunca sabes o que dizer, muito menos o que fazer. Qualquer local te provoca impressão, qualquer contacto te provoca aversão. Colocas na cabeça que tu vais mudar, serás mais forte e que num futuro próximo terás orgulho do que alcançaste. Três meses depois vais voltar atrás e perceber que não se trata de mudar. És como és e há coisas que nunca mudam. Ter força não é tudo. O problema será teu? O problema será dos outros? Nunca saberás responder mas irás sempre culpar os outros, é tão mais fácil. Respiras fundo e vives um dia de cada vez, numa infeliz rotina. Choras à noite quando pensas que o teu mundo vai ruir. Mas no dia seguinte voltas a acordar e o teu mundo continua a oscilar, mas sem ruir.